O movimento “Árvores de Pé – Formosa” iniciou novamente a luta para que as árvores localizadas na Praça da Imaculada Conceição - Praça da Catedral - fiquem de pé.

Segundo a ambientalista Ieda Vilas-Bôas, a Diocese de Formosa busca derrubar as árvores para fazer um projeto urbanístico “A Diocese de Formosa quer derrubar todas essas árvores e fazer um projeto urbanístico sem levar em conta o aspecto social, emocional, afetivo, histórico e de identidade dos formosenses”, diz.


Sobre a alegação que as árvores estão doentes, ela nega “São árvores que podem viver até 150 anos e estão com 69 anos. Essa Praça tem várias particularidades, as pedras são de uma jazida já extinta em Pirenópolis”, revela.

Ato no sábado

No próximo sábado (18), a partir das 17h, vai acontecer na Praça Imaculada Conceição (Praça da Catedral), ato contra a derrubada das árvores.

Enquanto os clérigos não derrubam as árvores, parte da população fica apreensiva pelas próximas decisões da Igreja Católica. A discussão a quem pertence a Praça não foi solucionada não há documento de doação total da praça, só da área que a Igreja ocupa. O Código Civil de 2002 proíbe a alienação de bens de uso comum do povo.

Código Civil lei n. 10.406/2002

Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Os ambientalistas estão lutando para que a Câmara de Formosa declare a praça e as árvores como patrimônio tombado da Cidade.

Nota informativa da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição:
A PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO – CATEDRAL DE FORMOSA, localizada na Praça da Imaculada Conceição (Praça da Catedral), em Formosa, Goiás, integrante da MITRA DIOCESANA DE FORMOSA, vem, por meio deste instrumento, informar que a Revitalização da Praça da Catedral tem observado todas as providências legais exigidas.

No que diz respeito à extração de algumas árvores, por meio de Laudo emitido pela Defesa Civil e pela Companhia Independente Bombeiro Militar de Formosa, constatou-se a presença de lesões nos troncos, galhos mortos, além de pragas e organismos potencialmente danosos que podem ocasionar a queda dessas árvores (como já ocorreu), bem como a ocorrência de choque mecânico, visto que elas estão muito próximas da rede elétrica. Como consequência disso, estes espécimes oferecem grave risco a toda comunidade que frequenta o local, justificando, portanto, a necessidade de extraí-las.

Além disso, destaca-se que a extração encontra respaldo no âmbito judicial, visto que no Processo no 0020782-16.2013.8.09.0044, transitado em julgado no Tribunal de Justiça de Goiás, houve o reconhecimento da validade do procedimento administrativo que autorizou a extração das árvores da Praça. O objeto desse processo administrativo foi a autorização da supressão dos exemplares arbóreos da Praça da Catedral, tendo ficado consignado que os espécimes arbóreos não fazem parte da lista oficial de espécimes ameaçadas de extinção. É importante ressaltar ainda que, no último dia, 13 de setembro de 2021 o Conselho Municipal do Meio Ambiente aprovou por unanimidade a referida revitalização.

A decisão do TJGO reconheceu, ainda, que a área em que estão localizados os espécimes é pertencente à Igreja, que dela cuida e usufrui como titular do domínio há mais de 15 (quinze) anos. Sendo fato que o projeto para a construção da Catedral de Formosa começou em 1955 e a mesma está aberta ao povo desde 1960, sempre zelando e cuidando da conhecida Praça da Catedral (Praça da Imaculada Conceição).

Em tempo, vale ressaltar que, consciente da importância de cuidar do meio ambiente, a PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO possui um projeto inicial, sujeito a

adequações para a revitalização da Praça da Catedral de Formosa que contempla a presença de algumas das árvores existentes e o plantio de outras. Dessa forma, assume o compromisso de promover a reposição das árvores que serão cortadas no espaço da praça e em diversos outros lugares da cidade, não restando, portanto, prejuízo para o meio ambiente.

Existe a necessidade de revitalização da Praça da Catedral para melhor acolher a todas as pessoas. Neste momento, no entanto, estamos pedindo de imediato a extração apenas dos espécimes que oferecem risco à população com a chegada iminente do período chuvoso.

Não iremos destruir a Praça da Catedral, iremos reurbanizá-la com árvores nativas do cerrado, Ipês e algumas espécimes frutíferas. Sendo necessário substituir algumas e integrar outras árvores.

Queremos dar visibilidade e acessibilidade à Praça da Catedral. Iremos extrair apenas as árvores que forem necessárias para a revitalização, bem como iremos reaproveitar a maioria das pedras existentes em um projeto que contempla áreas com sombra, bancos funcionais, lixeiras, calçadas amplas (diferentes das atuais), acessíveis, permeáveis para a água da chuva favorecendo que todos possam sentir-se bem passeando ou descansando naquele espaço. Não está previsto grades ou correntes, mas sim abertura e segurança a todos, compartilhando o paisagismo da Praça da Catedral com a questão ambiental, integrando o patrimônio com a beleza natural.

Por fim, acreditamos em um diálogo ordeiro com os seguimentos da sociedade interessados em opinar neste projeto inicial e a partir disso finalizaremos um projeto urbanístico para o espaço que em um futuro breve será apresentado à população.

Atenciosamente em Cristo,

Pe. João Manoel Lopes
Pároco da Catedral e Ecônomo da Mitra Diocesana de Formosa
MITRA DIOCESANA DE FORMOSA
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
CATEDRAL DE FORMOSA

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