O Popular
A menos de dois meses do fim do ano, 2012 pode encerrar como o ano em que o custo de vida mais subiu para os moradores de Goiânia nos últimos dez anos. Com o aumento médio de produtos e serviços consumidos na capital em outubro, de 0,97%, a inflação acumulada de janeiro até outubro já é de 7,86% – um dos maiores índices desde 2003 (veja quadro).
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), vinculado à Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). O cálculo das variações do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) leva em conta os preços de 205 produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos.
Embora faltem dois meses para acabar o ano, a tendência para novembro e dezembro é de que, com a injeção do 13° salário na economia e aquecimento da demanda, os preços subam. Este processo, já observado em outros anos, faria com que a inflação registrada nos dois últimos meses de 2012 em Goiânia fechasse com variação positiva. Desta forma, o índice inflacionário acumulado até outubro em 7,86% ficaria acima do registrado em 2010, de 8,08%, e de 2003, que foi de 8,62%.
“Tudo indica que isto pode acontecer. Mas não podemos descartar a possibilidade de ter um índice negativo em novembro e dezembro, o que faria o índice de 2012 cair”, argumenta a chefe de gabinete de Gestão do IMB, Lilian Maria Silva Prado.
O economista Marco César Silva, entretanto, afirma que a situação de Goiânia é a mesma do Brasil. “Neste ano temos os alimentos pressionando a inflação. É possível que o recorde de maior inflação dos últimos dez anos se espalhe por outras cidades e até pelo País”, afirma.
CAUSAS
Não é por acaso que a alimentação é considerada a vilã desta história. Neste ano, produtos e itens que compõem o setor ficaram 9,36% mais caros em Goiânia, sendo 6,92% corrigidos apenas entre julho até outubro. O reajuste pode parecer pequeno, mas tem um efeito irreparável nos orçamentos das famílias das classes C, D e E – as pesquisadas pelo IMB.
O gerente de Pesquisas Sistemática e Especiais do instituto, Marcelo Eurico de Sousa, explica que a causa do problema está na disparidade entre renda e preços. “O rendimento do assalariado é fixo, não sofre variação mensal. Os produtos vêm subindo de forma acelerada. Este é o problema da inflação.”
Dentre os produtos que mais vêm puxando a alta da alimentação estão o óleo de soja e o arroz. O preço do óleo vendido nos supermercados da capital subiu 27,24% de janeiro a outubro. O arroz aparece com avanço de 34,78%. Os dois itens têm peso na mesa e no orçamento das famílias de classe média da capital. O analista de Mercado da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, afirma que ambos tiveram preços reajustados por conta de problemas externos.
Segundo ele, a soja, usada como matéria prima para o óleo consumido pelas famílias, teve os preços elevados por conta da quebra da safra dos EUA. Sem o maior produtor do mundo no páreo, a cotação disparou. Os produtores nacionais aproveitaram o cenário e elevaram o preço das sacas. Este processo encareceu os derivados.
A alta do preço do arroz, por sua vez, segue o mesmo cenário. A quebra da safra dos países asiáticos, os maiores produtores, e do Sul do País fez elevar o preço do produto. “As commodities agrícolas estão sendo influenciadas diretamente pelo mercado externo.”
Mas não é só o óleo e o arroz que vêm puxando a alta do custo de vida das famílias de Goiânia neste ano. A margarina subiu 14,58%; o extrato de tomate 11,50%; o pão francês 5,88%; o feijão 19,36%; o leite 14,29%; e o ovo 10,92%. “Tudo isto gera impacto no orçamento das famílias, fazendo os gastos aumentarem”, frisa Marcelo Eurico.
SETORES
Além da alimentação, o ano de 2012 está sendo marcado por uma série de correções dos preços de vários itens que têm peso no orçamento das famílias. A disparada teve início já em janeiro. A presidente Dilma Rousseff reajustou o salário mínimo em14,13% em janeiro.
O salário, que serve de base para a demarcação de preços de serviços e, por isso, influencia o custo de produtos, fez o custo de vida subir. As mensalidades escolares, por exemplo, ficaram 14,28% – um dos maiores avanços dos últimos anos.
Em abril, os preços dos medicamentos foram elevados entre 2,80% e 5,85%. Em maio, foi a vez da tarifa de transporte. A passagem de ônibus subiu 8% em Goiânia. A tarifa de água e esgoto, por sua vez, avançou 5,42%. De janeiro a outubro, a energia elétrica já está 18,47% mais cara.
A menos de dois meses do fim do ano, 2012 pode encerrar como o ano em que o custo de vida mais subiu para os moradores de Goiânia nos últimos dez anos. Com o aumento médio de produtos e serviços consumidos na capital em outubro, de 0,97%, a inflação acumulada de janeiro até outubro já é de 7,86% – um dos maiores índices desde 2003 (veja quadro).
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), vinculado à Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). O cálculo das variações do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) leva em conta os preços de 205 produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos.
Embora faltem dois meses para acabar o ano, a tendência para novembro e dezembro é de que, com a injeção do 13° salário na economia e aquecimento da demanda, os preços subam. Este processo, já observado em outros anos, faria com que a inflação registrada nos dois últimos meses de 2012 em Goiânia fechasse com variação positiva. Desta forma, o índice inflacionário acumulado até outubro em 7,86% ficaria acima do registrado em 2010, de 8,08%, e de 2003, que foi de 8,62%.
“Tudo indica que isto pode acontecer. Mas não podemos descartar a possibilidade de ter um índice negativo em novembro e dezembro, o que faria o índice de 2012 cair”, argumenta a chefe de gabinete de Gestão do IMB, Lilian Maria Silva Prado.
O economista Marco César Silva, entretanto, afirma que a situação de Goiânia é a mesma do Brasil. “Neste ano temos os alimentos pressionando a inflação. É possível que o recorde de maior inflação dos últimos dez anos se espalhe por outras cidades e até pelo País”, afirma.
CAUSAS
Não é por acaso que a alimentação é considerada a vilã desta história. Neste ano, produtos e itens que compõem o setor ficaram 9,36% mais caros em Goiânia, sendo 6,92% corrigidos apenas entre julho até outubro. O reajuste pode parecer pequeno, mas tem um efeito irreparável nos orçamentos das famílias das classes C, D e E – as pesquisadas pelo IMB.
O gerente de Pesquisas Sistemática e Especiais do instituto, Marcelo Eurico de Sousa, explica que a causa do problema está na disparidade entre renda e preços. “O rendimento do assalariado é fixo, não sofre variação mensal. Os produtos vêm subindo de forma acelerada. Este é o problema da inflação.”
Dentre os produtos que mais vêm puxando a alta da alimentação estão o óleo de soja e o arroz. O preço do óleo vendido nos supermercados da capital subiu 27,24% de janeiro a outubro. O arroz aparece com avanço de 34,78%. Os dois itens têm peso na mesa e no orçamento das famílias de classe média da capital. O analista de Mercado da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, afirma que ambos tiveram preços reajustados por conta de problemas externos.
Segundo ele, a soja, usada como matéria prima para o óleo consumido pelas famílias, teve os preços elevados por conta da quebra da safra dos EUA. Sem o maior produtor do mundo no páreo, a cotação disparou. Os produtores nacionais aproveitaram o cenário e elevaram o preço das sacas. Este processo encareceu os derivados.
A alta do preço do arroz, por sua vez, segue o mesmo cenário. A quebra da safra dos países asiáticos, os maiores produtores, e do Sul do País fez elevar o preço do produto. “As commodities agrícolas estão sendo influenciadas diretamente pelo mercado externo.”
Mas não é só o óleo e o arroz que vêm puxando a alta do custo de vida das famílias de Goiânia neste ano. A margarina subiu 14,58%; o extrato de tomate 11,50%; o pão francês 5,88%; o feijão 19,36%; o leite 14,29%; e o ovo 10,92%. “Tudo isto gera impacto no orçamento das famílias, fazendo os gastos aumentarem”, frisa Marcelo Eurico.
SETORES
Além da alimentação, o ano de 2012 está sendo marcado por uma série de correções dos preços de vários itens que têm peso no orçamento das famílias. A disparada teve início já em janeiro. A presidente Dilma Rousseff reajustou o salário mínimo em14,13% em janeiro.
O salário, que serve de base para a demarcação de preços de serviços e, por isso, influencia o custo de produtos, fez o custo de vida subir. As mensalidades escolares, por exemplo, ficaram 14,28% – um dos maiores avanços dos últimos anos.
Em abril, os preços dos medicamentos foram elevados entre 2,80% e 5,85%. Em maio, foi a vez da tarifa de transporte. A passagem de ônibus subiu 8% em Goiânia. A tarifa de água e esgoto, por sua vez, avançou 5,42%. De janeiro a outubro, a energia elétrica já está 18,47% mais cara.
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